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Par Vânia Barboni

A Coluna Chega Mais!


Uma paixão dos franceses: Museu d’Orsay

A paixão do francês por museus é fruto da educação escolar na França. O programa inclui matérias que incentivam o contato direto das crianças com as artes plásticas. Desde os três anos os alunos são levados à diversos museus, apreciam as obras e até sabem detalhes da vida dos artistas.

É o caso dos pequenos da família Kohler: Gabriela, Charles e Jacques. A caçula da família Gabriela Kohler de 12 anos, é atleta de alto rendimento e apaixonada pelo trabalho de Claude Monet.

Segundo Madame Kohler Vanusa, mãe da Gabriela, a filha estuda o artista desde de quatro anos. E seu programa predileto é ir ao museu D’Orsay. “Aos cinco anos de idade, Gabi explicava que a obra A Mulher de Verde é a Camille Monet, primeira esposa do artista. Eu fico encantada de ver os meus filhos amarem as artes plásticas. Eu como brasileira nunca tive acesso à cultura no Brasil. E aqui na França eles respiram a cultura desde o nascimento. Agradeço profundamente", explica emocionada.

Um pouco da vida de Claude Monet

Munidas de blocos e lápis, Rebeca Deborda e Gabriela Kohler observam, anotam e compartilham os ensinamentos.

Gabriela mostra que sabe detalhes da vida amorosa do pintor, e até o defende.

A pequena conta que Monet, Camille Monet, Erneste Hoschedé e Alice Hoschedé moravam todos juntos, mas que todos eram apenas amigos. E que Monet só se casou com Alice quando Camille morreu. Video

Monet é o principal representante do movimento Impressionista

Camille Monet
Camille Monet

O artista sempre preferiu a pintura ao ar livre, não importando as condições climáticas, com a finalidade de capturar todos os efeitos da natureza. No início de sua carreira foi incompreendido e não teve o apoio da família, resultando em dificuldades financeiras por anos. Somente por volta dos 40 anos de idade começou a vender seus quadros, morreu como um artista rico e consagrado.

Monet conheceu a família Hoschedé em 1876, durante uma crise financeira. O colecionador e empresário Ernest Hoschedé, comprou várias de suas obras. E o contrata para pintar os painéis do castelo Rottembourg, em Montgeron, onde montou um ateliê para o artista trabalhar. Monet tornou-se amigo da família. Foram quatro meses de trabalho e de convívio com Alice Hoschedé, esposa de Ernest, que resultou em uma paixão eterna.

Alice Hoschedé
Alice Hoschedé

Em 1878, Ernest decreta falência e o castelo é leiloado. As famílias Monet e Hoschedé, doze pessoas no total, decidem dividir uma casa em Vétheuil.

Na sequência Camille falece, após um ano do nascimento de Michel Monet. E Alice Hoschedé decide ajudar Monet, tomando conta dos seus dois filhos (Jean e Michael), em conjunto com os seus.

O empresário decide voltar à Paris, mas Alice prefere ficar para não afastar o Monet dos filhos. Esta situação gera muitos boatos na cidade. Monet decide mudar de cidade para acalmar a situação.

Já apaixonado por Alice, em 1883, Monet mudou-se para Giverny, na Normandia. Para amenizar a saudade sempre trocavam correspondências. O marido de Alice falece em 1891 e no ano seguinte os enamorados oficializaram o casamento.

A morte do seu grande amor ,em 19 de maio de 1911, o afetou profundamente e na mesma noite escreveu ao amigo Gustave Geffroy, um historiador de arte e romancista francês: “Meu pobre amigo, acabou. Minha amada companheira morreu esta manhã às 4:00. Estou perturbado, perdido. Seu amigo. Claude Monet”.

Esta carta está em exibição na Fundação Monet em Giverny. O artista faleceu aos 86 anos, em 5 de dezembro de 1926.

Sobre o Museu d’ Orsay

Passeio imperdível para quem ama arte
Ir ao museu é estar no coração de Paris, pois está localizado ao longo do rio Sena e em frente aos Jardins Tuileries. O espaço que abrigou a estação ferroviária D’Orsay , onde hoje é um dos museus mais importantes da França.

O edifício do museu foi fundado em 1898, para ser um dos palcos da famosa Exposição Mundial de 1900 em Paris. Sua arquitetura é exuberante. Em 1986, deixou de ser o Palais de Orsay e passou a ser esse museu, mundialmente conhecido.

As obras expostas no Museu d’Orsay provêm do Museu do Louvre, do Museu de Arte Moderna de Paris e do Museu do Jeu de Paume.

Um pouco sobre a transformação do edifício

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Uma estação de trem é transformada em museu.

Um projeto precursor, pois é a primeira vez que uma arquitetura industrial é reabilitada para acolher um museu importante. Essa transformação em museu ficou a cargo de três jovens arquitetos do gabinete A.C.T. Architecture: Pierre Colboc, Renaud Bardon e Jean-Paul Philippon, vencedores do concurso de arquitetura.

Antes de ser transformado em museu, o local era uma estação ferroviária, a Gare du Quai d'Orsay, construída em 1871 , no antigo Palácio d'Orsay, inaugurado antes da Exposição Universal em 1900.

O espaço perde sua importância em meados de 1939, e durante a segunda guerra mundial serviu de estação de correios sendo fechado em 1973 . Em 1977, o governo francês decidiu transformar o espaço em museu.

A célebre decoradora italiana Gae Aulenti cuidou da conversão do interior e concebeu as duas voltas que fecham a ala central, uma arquitetura sólida, capaz de se impor no imenso volume da nave. Os trabalhos duraram vários anos até que, o Museu de Orsay foi inaugurado em 1 de Dezembro de 1986 por François Mitterrand, presidente da República.

Acervo

Van Gogh, Noite Estrelada
Van Gogh, Noite Estrelada

Museu d’Orsay em Paris é um daqueles passeios imperdíveis da cidade-luz, um dos principais museus da França. O museu possui um acervo primoroso de obras de artes composto de pinturas e esculturas da vida ocidental, que vão desde 1848 a 1914.

Aqui estão expostos artistas consagrados dentre eles: Degas, Van Gogh, Gustave Courbet, Manet, Monet, Delacroix, Matisse, Edvard Munch,Toulouse- Lautrec e outros. Algumas das obras mais famosas do Museu d’Orsay são: o Auto-retrato de Van Gogh , O Absinto de Edgar Degas e A Mulher de Verde, de Claude Monet.

A programação também traz eventos e exposições temporárias, que podem ser conferidas via site oficial ou no local. Uma dica é visitar o Museu d’Orsay em uma quinta-feira, pois fica aberto até às 21 h 45 . E atenção!!! No primeiro domingo do mês a entrada é gratuita, então aproveite!

Esculturas

L’Âge mûr
A maturidade, Camille Claudel

O acervo de esculturas do museu contabiliza mais de 2.200 peças, incluindo as coleções em depósitos. O corredor central do museu transborda com uma seleção variada de esculturas, que traz renomados artistas.

La Petite Danseuse de Quatorze Ans
La Petite Danseuse de Quatorze Ans

Elas ilustram o padrão eclético em vigor nos meados do século 19, quando o classicismo do Memorial dos Gracchi de Eugène Guillaume, convivia com o romantismo de François Rude, que criou o relevo do Arco do Triunfo (1836) conhecido como La Marsellaise.

É possível admirar preciosidades como a conhecida Jovem Bailarina de 14 anos (1881) de Edgar Degas ,que foi exposta quando o artista ainda era vivo. A pequena bailarina é Marie Genevieve Van Goethem, menina de origem humilde e estudante de ballet da Ópera de Paris.

Degas expos a obra na Sexta Exposição Impressionista de 1881, esculpida em cêra e foi apresentada em uma caixa de vidro. A maioria dos críticos ficaram chocados com a peça, pois acharam grotesca e que era um modelo usado nas escolas de medicina.

Etude II pour Sakountala
Estudo II para Sakountala

Você encontra uma bela série de 36 bustos de membros do Parlamento (1832) – esculpida por Honoré Daumier. Há também obras do genial Jean-Baptiste Carpeaux, que fez o primeiro bronze: Conde Ugolino (1862), retratava um personagem de Dante.

Encontramos esculturas de Auguste Rodin com seu trabalho sensual e poderoso , que lhe concede papel de destaque entre os escultores do século 19. O museu tem várias de suas obras, entre elas o molde original de Balzac (1897).

Há obras de seu grande amor: Camille Claudel, que está representada por Maturidade (1899-1903) e Estudo II para Sakountala (1886) entre outras.

A virada do século foi marcada pelos trabalhos de Emile-Antoine Bourdelle e Aristede Maillol.

Dicas para comprar ingressos mais baratos e sem filas

Musée d'Orsay

Para economizar com os passeios o ideal é comprar os ingressos antecipados pela Internet, pois há descontos especiais e você economiza dinheiro e o tempo que perderia nas filas das bilheterias. Assim você viaja com os ingressos em mãos.

Um site que sempre utilizo é o https://www.civitatis.com/pt/paris/?aid=3472&cmp=Paris, que vendem ingressos para os principais pontos turísticos e passeios de Paris e de todas as cidades da Europa. O site está em português, e o bom é que você compra todos os seus ingressos em um único lugar, ao invés de ficar comprando no site de cada atração. É muito mais prático!

É obrigatório o seguro viagem para Europa

Agora que você já sabe um pouco sobre o museu d’Orsay em Paris, uma dica importantíssima: não esqueça de contratar um Seguro Viagem Internacional. É obrigatório para os países da Europa.

Outra dica é conhecer Paris no verão ou primavera, pois os dias são mais longos e você aproveita mais! Tudo é florido e alegre. Já no inverno chove muito e dez horas da manhã ainda está escuro e precisa ter muita coragem para sair andando no frio e chuva. Mesmo assim, Paris é maravilhosa!

Na próxima edição o ator Jacques Kohler conta sua paixão sobre o Louvre.

Informações

Sugestões de pautas e anúncios para a Coluna Chega Mais! entrar em contato via e-mail Vânia Barboni.

Serviço

Preço : 12€ ( bilhete normal). Gratuito (Idade inferior a 18 anos, residentes da UE entre 18 e 25 anos, primeiro domingo de cada mês).

Horário: : 9h30 – 18h (Terça, Quarta, Sexta, Sábado e Domingo. Última entrada às 17h15), 9h30 - 21h45 (Quinta-feira, última entrada às 21h15).

Metro : Assemblée Nationale, Solférino.

Comprar bilhetes: : Pode comprar os bilhetes aqui.

Site oficial : https://m.musee-orsay.fr/pt/informacao